terça-feira, 22 de maio de 2018

(auto)biografias...

Há duas semanas estamos estudando a importância dos textos autobiográficos para a construção do próprio saber. É incrível como podemos identificar e compreender as nossas trajetórias por meio dessas produções.
Fomos desafiados, portanto, a escrever um texto narrativo, autobiográfico, de uma página, para postar no blog. 

P.S: Sim!!! Desafio imenso para quem gosta de escrever demais como eu!!! :)

Meus caminhos

Nasci na cidade de Passo Fundo e sou a filha do meio de três irmãos. Tive uma infância fantástica, jogávamos taco, tomávamos banhos de chuva e fazíamos campeonatos de ATARI. O melhor dos anos 80 é que podíamos brincar na rua, até tarde, que não havia perigo algum.
Eu e minha irmã Larissa, quatro anos mais velha, adorávamos brincar de escola e queríamos ser professoras como a nossa mãe. Aliás, foi a minha irmã quem me ensinou as primeiras letras e números em nossas brincadeiras.
A minha educação pré-escolar foi muito boa, pois, além de sempre ter acesso a livros e programas educativos, a minha mãe me passava atividades de desenho e pintura para eu poder ficar pertinho dela aos finais de semana, enquanto ela corrigia as lições dos alunos.
            Até a 4ª série estudei em duas escolas particulares católicas, da mesma congregação. Eram duas escolas de excelente qualidade. Porém, tudo mudou no final de 1989, quando os meus pais decidiram que tínhamos que nos mudar de cidade para tentarmos ter uma vida melhor, foi então, que viemos para Caxias do Sul.
Minha irmã e eu fomos estudar no Colégio Estadual Cristóvão de Mendozza e logo acabamos nos adaptando. No ano seguinte fui para outra escola estadual e o meu maior sonho se realizou, pois eu seria aluna da minha mãe, o que durou até o final do Ensino Fundamental.
Para cursar o ensino médio voltei a estudar no Colégio Cristóvão de Mendozza, optando pelo Magistério, pois minha mãe me incentivava muito a ser professora como ela, inclusive, arrumei emprego em uma escola de educação infantil.
Concluí o Magistério e o estágio e ingressei na faculdade de Pedagogia no ano de 1997, entretanto, acabei descobrindo que não era exatamente isso que eu queria para a minha vida profissional, naquele momento. Acho que o fato de ter visto a minha mãe trabalhar tanto, a vida toda, para ganhar tão pouco e, ainda assim, abrir mão da convivência com os filhos, me fez mudar totalmente de direção.
Ingressei, então, no curso de Comunicação Social – Relações Públicas no ano de 1999 e me especializei em marketing educacional, no qual, trabalho até os dias de hoje.
No decorrer da graduação sempre estive inclinada às pesquisas que envolviam questões comunicacionais do mercado de educação. Isto é curioso, pois, de alguma forma, continuei ligada as questões educacionais, embora não atuando na docência.
Trabalhar com marketing educacional, de certa forma, não deixa de ser uma maneira de vender sonhos para pais que querem dar aos seus filhos uma educação melhor do que a que eles mesmos tiveram. E, para esses jovens, essa educação representa um novo mundo de possibilidades e que lhes tornarão mais competitivos nesta sociedade tão desigual.
Depois de alguns anos atuando nesta área, tanto em escolas quanto em uma universidade privada, tenho contatado com jovens secundaristas dos mais variados sistemas de ensino, que sonham em ingressar em cursos superiores de qualidade. Em nossas conversas, gosto de perguntar sobre suas vidas, seus sonhos e suas realidades, e, acabo me lembrando de quando tinha a idade deles e também não sabia exatamente o que seria do meu futuro.
O fruto de meu contato constante com esses jovens foi o que me estimulou a terminar a graduação em Pedagogia iniciada há mais de 20 anos. Ainda não sei exatamente se algum dia partirei para a docência, mas tenho uma vontade imensa de contribuir, de alguma forma, para que mais jovens tenham acesso ao ensino de qualidade restrito somente àqueles que podem pagar. A educação é a maior ferramenta de empoderamento que um ser humano pode possuir, pois, só assim, este será capaz de transformar-se e transformar o seu meio.
Não sei por quanto tempo ainda atuarei na área de marketing educacional. Por enquanto, vou seguindo o meu caminho com os meus estudos e com as leituras propostas pelo curso. Leituras essas, aliás, que fazem muito mais sentido agora, com a maturidade que a idade me trouxe.
Tenho pensado muito na ideia de uma ONG voltada ao reforço escolar de jovens secundaristas de escolas públicas que geralmente não possuem condições para freqüentarem cursinhos pré-vestibulares. Muitas ideias “fervilham” em minha mente e isso me faz sentir cada vez mais viva e com mais vontade de terminar essa graduação e me especializar em alguma coisa bem interessante e ir mais além.
Sei que ainda tenho muito pela frente e quero deixar a minha verdadeira contribuição nesse mundo que ficará para o meu filho Arthur e seus descendentes. Eu acredito do fundo do coração que, como dizia Belchior, “uma nova mudança em breve vai acontecer” e tem que acontecer! Quero fazer parte da mudança!

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