Fomos desafiados, portanto, a escrever um texto narrativo, autobiográfico, de uma página, para postar no blog.
P.S: Sim!!! Desafio imenso para quem gosta de escrever demais como eu!!! :)
Meus caminhos
Nasci
na cidade de Passo Fundo e sou a filha do meio de três irmãos. Tive uma infância
fantástica, jogávamos taco, tomávamos banhos de chuva e fazíamos campeonatos de
ATARI. O melhor dos anos 80 é que podíamos brincar na rua, até tarde, que não
havia perigo algum.
Eu
e minha irmã Larissa, quatro anos mais velha, adorávamos brincar de escola e
queríamos ser professoras como a nossa mãe. Aliás, foi a minha irmã quem me
ensinou as primeiras letras e números em nossas brincadeiras.
A
minha educação pré-escolar foi muito boa, pois, além de sempre ter acesso a
livros e programas educativos, a minha mãe me passava atividades de desenho e
pintura para eu poder ficar pertinho dela aos finais de semana, enquanto ela
corrigia as lições dos alunos.
Até a 4ª série estudei em duas
escolas particulares católicas, da mesma congregação. Eram duas escolas de
excelente qualidade. Porém, tudo mudou no final de 1989, quando os meus pais
decidiram que tínhamos que nos mudar de cidade para tentarmos ter uma vida
melhor, foi então, que viemos para Caxias do Sul.
Minha
irmã e eu fomos estudar no Colégio Estadual Cristóvão
de Mendozza e logo acabamos nos adaptando. No ano seguinte fui para outra
escola estadual e o meu maior sonho se realizou, pois eu seria aluna da minha
mãe, o que durou até o final do Ensino Fundamental.
Para
cursar o ensino médio voltei a estudar no Colégio
Cristóvão de Mendozza, optando pelo Magistério, pois minha mãe me
incentivava muito a ser professora como ela, inclusive, arrumei emprego em uma
escola de educação infantil.
Concluí
o Magistério e o estágio e ingressei na faculdade de Pedagogia no ano de 1997,
entretanto, acabei descobrindo que não era exatamente isso que eu queria para a
minha vida profissional, naquele momento. Acho que o fato de ter visto a minha
mãe trabalhar tanto, a vida toda, para ganhar tão pouco e, ainda assim, abrir mão
da convivência com os filhos, me fez mudar totalmente de direção.
Ingressei,
então, no curso de Comunicação Social – Relações Públicas no ano de 1999 e me especializei
em marketing educacional, no qual, trabalho até os dias de hoje.
No
decorrer da graduação sempre estive inclinada às pesquisas que envolviam
questões comunicacionais do mercado de educação. Isto é curioso, pois, de
alguma forma, continuei ligada as questões educacionais, embora não atuando na
docência.
Trabalhar
com marketing educacional, de certa forma, não deixa de ser uma maneira de
vender sonhos para pais que querem dar aos seus filhos uma educação melhor do
que a que eles mesmos tiveram. E, para esses jovens, essa educação representa
um novo mundo de possibilidades e que lhes tornarão mais competitivos nesta
sociedade tão desigual.
Depois
de alguns anos atuando nesta área, tanto em escolas quanto em uma universidade
privada, tenho contatado com jovens secundaristas dos mais variados sistemas de
ensino, que sonham em ingressar em cursos superiores de qualidade. Em nossas
conversas, gosto de perguntar sobre suas vidas, seus sonhos e suas realidades,
e, acabo me lembrando de quando tinha a idade deles e também não sabia
exatamente o que seria do meu futuro.
O
fruto de meu contato constante com esses jovens foi o que me estimulou a
terminar a graduação em Pedagogia iniciada há mais de 20 anos. Ainda não sei
exatamente se algum dia partirei para a docência, mas tenho uma vontade imensa
de contribuir, de alguma forma, para que mais jovens tenham acesso ao ensino de
qualidade restrito somente àqueles que podem pagar. A educação é a maior
ferramenta de empoderamento que um ser humano pode possuir, pois, só assim, este
será capaz de transformar-se e transformar o seu meio.
Não
sei por quanto tempo ainda atuarei na área de marketing educacional. Por
enquanto, vou seguindo o meu caminho com os meus estudos e com as leituras
propostas pelo curso. Leituras essas, aliás, que fazem muito mais sentido
agora, com a maturidade que a idade me trouxe.
Tenho
pensado muito na ideia de uma ONG voltada ao reforço escolar de jovens
secundaristas de escolas públicas que geralmente não possuem condições para
freqüentarem cursinhos pré-vestibulares. Muitas ideias “fervilham” em minha
mente e isso me faz sentir cada vez mais viva e com mais vontade de terminar
essa graduação e me especializar em alguma coisa bem interessante e ir mais além.
Sei
que ainda tenho muito pela frente e quero deixar a minha verdadeira
contribuição nesse mundo que ficará para o meu filho Arthur e seus
descendentes. Eu acredito do fundo do coração que, como dizia Belchior, “uma
nova mudança em breve vai acontecer” e tem que acontecer! Quero fazer
parte da mudança!


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